domingo, 18 de março de 2007

O Ultimo Samurai

Quando esse filme saiu nos cinemas, me lembro da ansiedade de chegar a hora de começar, na primeira brecha de tempo, eu estava lá.

Dizem por ai que o protagonista resolveu estudar o Bushido depois desse filme, e francamente, é um assunto muito interessante. É só ver os costumes desse povo, fico impressionado com as coisas que leio a respeito.

Para aqueles que apreciam os épicos, é uma boa pedida, e há de se levar em conta a duração. é bom que tenha tempo disponível.. são só 2 horas e 20 minutos.

Bom, vamos ao filme:

A história realmente começa com uma premonição de Katsumoto, em sua meditação, ele vê um tigra branco lutando ferozmente contra um grupo de samurais.


E de fato isso acontece, o "tigre branco" é nada mais na menos que o Capitão Nathan Algren, do exército americano, o qual tem os seus próprios demônios, como a lembrança de um massacre do exército contra uma aldeia de índios não poupando ninguem, nem mesmo as mulheres e crianças, ou seja, um típico drama dos filmes de Western.

Algren é contratado por um Japonês que é mais americano que o próprio Algren, o Sr. Omura, que o contrata para treinar o exército japonês, e ele vai pro Japão.

Já no primeiro encontro com os samurais, seu inapto regimento é facilmente derrotado e ele se vê no meio de uma luta que não tem chance de vencer, acredito que naquela epoca os americanos nunca tinham ouvido falar de Sun Tsu e sua obra A Arte da Guerra, nessa luta ele mata vários guerreiros, e especialmente um samurai chamado Hirotaro, justamente quando pensavam que estava completamente derrotado.

Quando estava prestes a virar uma peneira feita de furos de Kataná, o lider dos Samurais manda parar a execução.. e decide levá-lo para a vila dos samurais.

Sob o pretexto de aprender mais sobre o seu inimigo, Katsumoto o mantem prisioneiro na vila por um ano, e ali, o capitão é tratado pela irmã de Katsumoto, Taka, que é a esposa de Hirotaro, o samurai que ele matou।

É nessa hora que cai o queixo sobre essa cultura milenar, eles jamais demonstram seus sentimentos, tratam o prisioneiro com cortesia e resignação, curam seus ferimentos e ele conhece os costumes do lugar.

O roteiro apresenta para nós, ocidentais, o porque do costume de se tirar os sapatos em uma casa japonesa, de uma maneira primorosa: o capitão entra com as botas cheia de lama, e sem dizer uma palavra, Taka começa a limpar a sujeira, muita coisa naquela vila é dita somente com os olhos, o espectador percebe essas coisas sem precisar de legenda.

Quando ele volta para Tóquio, ele reencontra o exército que começou a treinar, agora preparado e com armas mais potentes, como os canhões Howitzer e as temidas metralhadoras Gatling.

Katsumoto vai ao conselho e por conta da tradição que um samurai não se separa de sua Kataná ele é preso e "convidado" a cometer o harakiri ( suicidio), Algren fica sabendo dos planos de Omura e arma para libertar Katsumoto।


O que vem a seguir é a melhor batalha que eu já vi em filmes de guerra, a única coisa que acho que faltou foi uma luta mais interressante de Algren contra o Coronel Bagley, ele simplesmente lança a Kataná que foi feita especialmente pra ele e ela crava no peito do coronel metido, acho que cabia a cena de Algren recuperando sua espada, e assim provando que ele aprendeu a lição do Bushido: um samurai só abandona sua espada depois que morre. Finda a batalha, e com todos os samurais mortos, exceto nosso herói, tem uma bonita cena com os soldados reverenciando os samurais mortos.

O Sr. Omura esta quase conseguindo o que quer, eis que surge o nosso herói, faz o Imperador perceber a enorme besteira que fez e a tempo de impedir o fechamento do negócio com o fornecimento de armas, e entrega a espada de Katsumoto ao Imperador.

O filme termina com o tradutor dizendo o que ele gosta de pensar sobre o que aconteceu com o nosso herói, que mostra ele voltando para a vila, e, mais especificamente, para os braços de तक.

Vale ressaltar um pequeno detalhe: o tradutor em questão foi Simon Graham (Timothy Spall), mas conhecido por nós como Peter Petigrew, o animago que viveu como o rato Perebas na série Harry Potter.

O roteiro dá a entender que é uma narração de Simon sobre o que aconteceu, uma vez que Algren tinha o costume de manter um diário sempre atualizado.

Com toda a certeza eu recomendo esse filme, erros existem como em todos os filmes, mas nesse eu percebi somente depois de assistir पला 5ª ou 6ª vez...

domingo, 11 de março de 2007

O Clã das Adagas Voadoras (the House of Flying Daggers)

Me lembro do trailer que assisti no cinema sobre esse filme, e fiquei muito curioso, pois gosto de filmes orientais..

Ao contrário dos enlatados americanos.. esses filmes geralmente são mais do que entretenimento.

Sem contar a beleza visual que sempre acompanham essas produções.

Zhang Ziyi é hoje a atriz chinesa mais em alta no movie business
da atualidade, atuou em super produções chinesas e americanas, tais como o Tigre e o Dragão (2000), O Herói(2002), Memórias de uma Gueisha(2005) e esta maravilha que foi O Clã das Adagas Voadoras(2004).


É dela o mérito das boas críticas que esse filme recebeu (88% no rotten tomatoes), é difícil acreditar que uma atriz tão pequenina consegue tanta força física, talvez fruto de tantos anos com a dança chinesa, e nesse filme tem de tudo: dança, artes marcias, espadas, arco e flexa e é claro.. adagas, tudo bem que as cenas com as adagas são CGI, igualmente a cena dos feijões do jogo do eco no famoso Salão das Peônias, mas as vezes é necessário.

Somente em filmes orientais você pode ver cenários como os do Clã, uma obra de arte que não se encontra em nenhum outro lugar... fico imaginando o trabalho que deu pra pesquisar a arte chinesa da época, as artes marciais, os figurinos e as locações.

O filme é um tanto longo, e acredito que faltou a cena que acho que caracterizaria o clã, tipo na chegada do acampamento, tivesse algumas cenas de treinamento, que mostrasse que ali vivia uma comunidade. Mas parece que ficou um lugar bem secreto, bem dentro da cabeça do diretor.

Uma outra coisa pra levar em consideração é o fato da questão cultural de cada um, filmes orientais são como ópera, ou você ama ou você odeia, não dá pra ser meio termo. Eu gosto dos dois...

Esse filme é a prova da evolução dos filmes orientais, no começo confesso que eram chatos, com raras exceções, mas hoje conseguem unir a tecnologia moderna com a cultura oriental e com isso conseguir contar boas histórias.

Eu recomendo esse filme pra todos aqueles que apreciam artes marciais, mas que estejam preparados para uma história de amor impossível também.


Divirtam-se.

sábado, 10 de março de 2007

Beijando Jessica Stein (Kissing Jessica)













Ultimamente tenho gostado mais de pegar filmes independentes, com roteiros escritos pelos protagonistas, tipo Casamento Grego, Connie e Carla e o assunto desse post que é o Beijando Jessica Stein.

Gostaria de falar a respeito desse filme, que tive a sorte de achar na locadora e confesso que tive que assistir mais de uma vez pra entender a história que as duas quiseram contar.

O que posso dizer é que fiquei impressionado pelo filme e como duas amigas de teatro tiveram a coragem de mandar Hollywood catar coquinhos e terem tomado a decisão de fazer o filme sozinhas.

Tenho que ressaltar um cena que prova o talento do cast. Na cena de mãe e filha no banco da varanda, um close das duas em uma cena longa.. sem cortes, sem truques, sem efeitos especiais.

Levantaram US$ 1 milhão, faturaram US$ 7 milhões de bilheteria, pagaram as contas e estão lucrando até hoje, pois o lucro real de um filme sempre vem da venda dos DVD's, e isso elas estão fazendo e muito.

As filmagens foram feitas em Nova York apesar de um dos "produtores" de Hollywood sugeriram filmar em Toronto se passando pela Grande Maçã, o qual a Jennifer respondeu: Just over my dead body (sobre o meu cadáver).

O filme tinha tudo pra não cair no gosto público, pois não é todo mundo que aceita a questão de relacionamentos gays. Homens ficam desconfortáveis com filmes nessa temática e até mesmo a comunidade gay não gostou muito no final na época.

Beijando Jessica no Youtube

Mas o que faz essa história ser boa?

Bom, como dizia o falecido Jack Lemmon, eu gosto de filmes bem escritos, com histórias que mantem você ligado no filme, e esse é um deles.

Jessica é uma garota judia, travada, inteligente, e com altos padrões em termos de escolha do namorado perfeito... os americanos chamam esse tipo de up tight girl, no começo do filme isso fica bem claro.

Helen é uma mulher que tem overdose de namorados (3), um pra cada estado de espírito dela.

Um belo dia Helen resolve experimentar o que é ter uma namorada.. e através das dicas de um casal de gays, utilizando uma passagem do poeta alemão Rilke, publica um anúncio na seção mulher procura mulher e Jessica responde o anúncio e ai é que o filme começa...

Terminado o filme, fui chegando a algumas conclusões..

Parece que quando somos jovens, temos o costume de ser extremamente exigentes conosco e com quem nos relacionamos. Fulana não é do mesmo nível social que o seu.. então não devo namorar ela, ou não consigo encontrar alguém que me faça rir etc.

Todos esses preconceitos costumam cair por terra, quando você passa por um relacionamento meio que fora dos padrões.. tipo um rapaz namorar uma mulher madura, uma garota namorar um cara que tem idade pra ser o pai dela... ou como no filme.. ter uma experiência gay.

Pra mulheres acho isso mais fácil, pois tenho algumas amigas que passaram por uma fase gay e depois voltaram a namorar homens॥ não há o que discutir, mulher pode fazer isso e pronto. Depois conversar com as amigas sem nenhum remorso, já os homens.... é meio que 8 ou 80॥ se o cara fez isso uma vez, com certeza não vai contar essa história numa mesa de bar... pelo menos eu nunca ouvi...

A homossexualidade nesse filme é tratada de uma maneira responsável, acredito que as autoras devem ter mesmo muitos amigos gays... pois não há vulgaridade neles.. o casal de amigos da Helen são personagens realmente divertidos.. de uma maneira que a sexualidade deles é o que menos importa, qualidades como a amizade deles com a Helen, tem mais importância que o resto.

O que me deixou dividido no final foi a mesma coisa que todos... mas entendo que a mensagem do texto queria passar. Mas o que me deixou alegre foi ver a Jessica como uma pessoa mais completa, conhecendo ela mesma um pouco mais.. a cena da livraria, mostra uma pessoa mais confiante, vivendo daquilo que é o maior talento dela.

E ela estava vivendo da maneira que ela queria... não como as pessoas que a cercavam queria. E isso foi o mais importante.

Gostaria muito de ver mais trabalhos dessas duas.. coisa de primeira

Quem quiser visitar a comunidade no Orkut ai vai o link:

Beijando Jessica

quarta-feira, 7 de março de 2007

O Ilusionista..assistido

Conforme avisado no post anterior... assisti o Ilusionista..

O filme me pareceu muito certinho demais... previsível demais
visto muitas vezes em outros temas de suspense...

De certa forma os atores desempenharam seus papéis muito bem, todos os quatro.

Acredito que faltou algo mais na direção... pois o roteiro é até muito bom..

Uma edição mais inteligente poderia causar mais impacto no desfecho do filme.

Temos que entender que os atores fazem as suas cenas... mas não interferem na direção ou edição, pois isso é atribuição de quem manda no projeto..

O Diretor / Roteirista Neil Burger é, para todos os efeitos em hollywood, um novato pois no site IMDB consta apenas 2 trabalhos na carreira, acho que ele ainda tem um longo e tortuoso caminho antes do estrelato.. quanto aos atores... ele mostrou pelos menos que tem capacidade de atrair um bom casting.


Conclusão: Acho que fui com as minhas expectativas muito lá em cima.. se eu fosse com uma atitude mais observadora poderia ter curtido mais o filme..

Mas considero um bom entretenimento, e graças a Deus que a minha locadora favorita faz um preço bem camarada pra mim...

terça-feira, 6 de março de 2007

Chegou na locadora O Ilusionista, já aluguei... e hoje a noite verei o que escrever sobre ele amanhã, promete ser bom... pois não me lembro do Edward Norton embarcar em canoas furadas...


sexta-feira, 2 de março de 2007

Sky Captain and the World of Tomorrow

O que falar desse filme?

Como resumir 10 anos de trabalho em um review, ou em 2 horas de filme?

Tudo começou com um cara maluco (Kerry Corran) achando que poderia fazer um filme completo usando o seu próprio computer... (e compondo ele em um software bem manjado
no mundo da pós-produção o Adobe After Effects)... e na verdade ele fez.. um piloto de 6 minutos... que foi apresentado ao produtor de cinema John Avnet... que acreditou que isso seria possível... e com isso.. levantou a grana. Um budget de US$ 70 milhões, cujos quais fizeram parecer que foram 300 milhões.

Eu assisti esse filme umas 10 vezes... dublado, legendado em portugues, sem legenda, comentários dos diretores e etc.

Sinceramente não sei o que os críticos americanos querem da vida...

Foi o primeiro filme totalmente filmado em chroma key, de verdadeiro somente os atores e os objetos que eles manuseavam...

Conseguiram atores consagrados, que tiveram que acreditar no que o diretor dizia...

Utilizaram extensivamente os animatics, que são animações em 3d descrevendo como seria a cena.
Muitos cenários de fundo formados por fotos
Animação em 3D extremamente bem feita, convincente.
Coloração do filme impecável, dando um toque de filme noir em technicolor.

Se vc olhar nos créditos até o ator principal, (Jude Law) entrou como produtor tambem..
Angelina Jolie teve apenas 3 dias de filmagem na época, mas por duas semanas antes dessas filmagens, ela conversou com diversos pilotos ingleses, pesquisou todas as gírias de aviação,
treinou um impecável sotaque britânico e atuou brilhantemente.

Pra ter uma idéia do que foi essa técnica de filmagem... vale dizer que ele foi copiado depois por ninguem menos que George Lucas no útimo filme Star Wars.. de real só tinha os atores e seus figurinos...

Sin City, 300 e tantos outros estão seguindo a mesma receita...

Apesar o site http://www.rottentomatoes.com ter avaliado em 73% , o que aliás é acima da média, eu sinceramente acho que merecia bem mais que isso.

Se esses críticos acham o filme ruim.. convido eles a tentar fazer melhor..
acredito que eles não conseguirão sequer fazer sair alguma coisa da prancheta de desenho..

Coisa que o Kevin Corran fez bastante.. da arma do Dex a todos os robôs... tudo saiu da imaginção daqueles dois.

Pronto,desabafo feito.